sábado, 22 de junho de 2013

Ana Branco e o Projeto BIOCHIP


São mais de 30 anos atuando à favor da alimentação saudável, e ainda mais além. As ideias de Ana Branco ultrapassam a alimentação que faz bem ao organismo de cada indivíduo, estendendo-a para uma atividade de harmonia com o  planeta Terra. Além de 32 anos como professora da PUC-Rio, Ana lidera importantes pólos culturais como: o Biochip (ver na matéria abaixo); o Laboratório de Pesquisa do Aprendizado de Design, que estuda o espaço e sua influência no processo de aprendizagem; e o Laboratório Itinerante de Pesquisa do Aprendizado, mais um núcleo de estudo do ensino defendido e praticado pela professora.

Nos dias atuais, vê-se um movimento mundial na direção da adoção, por parte das escolas, de métodos herdados pelos anarquistas na forma de ensino, com mais diálogo entre todos os envolvidos no processo e quebrando a estrutura vertical do professor em relação aos alunos. Ana sempre fez parte dessa filosofia, não por opção, mas por ser assim. "Não foi uma escolha, tudo sempre apenas aconteceu assim".

Em uma entrevista descontraída no agradável Campus da PUC-Rio, a Ong Alimentação Saudável teve o privilégio de absorver as palavras da design/educadora que revoluciona a forma de se pensar comida.

Destacamos os 5 pontos mais marcantes.


OS 5 PONTOS

1 - A revolução alimentar das sementes germinadas

"Há quatro mil anos que a gente cozinha as sementes pra fazer comida. Muito tempo. Então a gente perde a chance se saber como é que é ela germinada.
Quando você germina uma semente*** (De uma olhada no final do post!), ela faz uma revolução interna de inversão do ph. Ph é o equilíbrio eletroquímico dela. Então, ela deixa de ser ácida, porque toda semente que se afasta da origem fica ácida, para se tornar alcalina. Alcalino é o ph criativo da terra, só nasce planta se o ph dela tiver alcalino. Nós também só estamos criativos se o nosso ph for alcalino. Se a gente tiver em ph ácido, inverso de alcalino, não se cria nada. Vive-se nessa morte que a gente vive! (…) [A] criança: 'O que é isso? E isso? O que é aquilo?', porque o ph dela ainda é básico. Se a comida que a gente come é ácida, (…) a gente passa a ser ácido. Aí a gente faz só besteira. Aí a cabeça da gente vai às cucuias e a gente faz merda, faz merda. Uma atrás da outra, coisa que nenhum pássaro faz, nenhuma gambá faz, nenhum rato faz. Bicho nenhum faz as bobagens que a gente faz, as destruições que a gente faz, as desigualdades que a gente faz. Entendeu? Isso tudo que a gente vive é resultado duma mente ácida. Mente, corpo, sangue, tudo ácido! Todas as doenças só são geradas em ambiente ácido. Eu há 20 anos que alcalinizo meu sangue. Eu não tenho plano médico, eu não preciso de plano médico."

2 - A independência em relação às velhas prerrogativas da cidade

"Eu não preciso de hospital, eu não preciso de Comlurb… Eu não preciso de uma porção de coisas que a cidade diz que todo mundo tem que ter, entendeu? Isso é mentira. Agora eu aprendi a limpar água. Sabe lá o que é isso, você aprender a limpar água? Isso pra mim é o máximo! 

Não existe nenhum lugar do mundo, fora o Biochip, onde você possa oferecer uma comida gratuitamente como alternativa para o sistema existente. Nenhum lugar do mundo!"

3 - A questão é de ser ou não terráqueo

"Você imagina se eu botasse um botequim para vender isso? Quem que ia querer, se não conhece? "Cru? Nãão! Eca". Aí ia falir, como já faliram vários restaurantes vivos, graças a Deus (risos). Por que isso não é uma questão de gastronomia. Isso é uma questão se você quer ou não ser terráquio. Se você quer ou não fazer parte desse planeta maravilhoso e azul. É isso! Então o objetivo disso aqui é a gente descobrir que podemos ser terráqueos, e ser terráqueo é maravilhoso! Olha que pizza mais linda! (Se referindo à Pizza Viva, alimento servido no Biochip).

4 - Um exemplo da diferença entre a comida convencional e a germinada

"Você acabou de provar um queijinho germinado. Imagina: o outro queijo precisa de devastar as terras; criar as vacas; as vacas peidarem pra caramba, né; buracos de ozônio; as milhares de doenças, porque é um mega animal; quando você tira aquele leite, o que chega aqui já não é mais aquele leite que saiu de lá, já é um suvenil porque já está nas embalagens cheias de formol; e mais, se você toma esse leite, fica com o nariz inchado, com renites, problemas sérios de vida, deixa resíduos nos ossos, rouba o cálcio do teu osso para ser metabolizado, pois você não tem enzima pra beber leite. Enfim, esse monte de besteira que a gente faz quando deixa de ser terráqueo."

5 - O motivo do nosso sangue ser vermelho

"Nosso sangue é vermelho porque isso aqui é verde (segurando uma folha de chicória). A respiração dessa folha é complementar à nossa respiração. Como é que você respira? Inspira oxigênio e libera gás carbônico. Ela respira ao contrário: inspira gás carbonico e libera oxigênio pra você. Vermelho e verde são cores complementares. O seu sangue só é vermelho por conta dos verdes na terra."


Para saber um pouco mais sobre a Ana Branco e o seu lindo trabalho, acesse http://anabranco.usuarios.rdc.puc-rio.br/index.php 

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Se você ficou interessado no processo de germinação de semente, confira como fazê-lo no site http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=06238

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